Há dias assim

Nem sempre os dias começam bem, mas começar mal é o quê? Chatearmo-nos só porque o despertador toca? Ter precalços no duche? Entornar a caneca do leite ao tirá-la do microondas porque sai a ferver? Pensar em vestir a blusa verde e deparar-se com a surpresa que ainda se encontra no cesto da roupa suja, porque "alguém" se esqueceu de a pôr a lavar? Com isto tudo olhar para o relógio e constatar que já se está super atrasada???? Ora bolas, se isto é começar mal o dia que dirá alguém que acorda num local que não é a sua casa, onde as pessoas que deambulam à sua volta ou estão de pijama enrugado ou envergam umas fardas tipicamante sem graça, sem cor...e rodam pensamentos e perguntas na sua cabeça que por mais explicitos que sejam parece não agradar nenhuma das respostas. Eu vivo com esta realidade e sempre que tenho que comunicar com alguém que precisa das minhas palavras para amenizar o despertar sinto-me fraquinha, não que não seja capaz de dar de mim tudo o que posso mas continuo sempre com a sensação que podia ter sido melhor, talvez não. Talvez seja eu. Talvez consiga mesmo transmitir serenidade. Eu procuro acreditar que sim, que as palavras que hoje brotaram de mim tenham ajudado alguém a enfrentar um dia que de certo ia ser complicado. Ouvir palavras de receio e incerteza deixam-me zonza, procuro não o transparecer mas projecto em mim de imediato aquela sensação de aperto no peito, na minha maneira muito pessoal de ser tento libertar coisas positivas, nunca deixando que o diálogo roce a tristeza e a falta de alento, isso não permito enquanto me entender como sou, se estivermos mal e nos reforçarem esse sentimento estaremos a entrar numa espiral de desesperança vã, quando afinal apenas precisamos de uma forcinha para entendermos que se há um lado negativo nas coisas também há um positivo, nos momentos de crise ganham-se forças superiores e algum sentido para vida. Ou não fosse a busca desse sentido que nos faz todos os dias enfrentar os obstáculos semeados por aí à espera que tropecemos neles...