quarta-feira, março 22, 2006

Fazer render o quê?...

Nem sempre os dias rendem aquilo que é esperado, pela manhã tecem-se planos para organizar as horas, manhã dedicada a deixar o filhote na escola, a filhota vai ao ballet, faz-se tempo com um café, dois dedos de conversa e leitura na diagonal do jornal diário (aquele que traz os cromos dos morangos), chega-se à hora de almoço e ainda se tem esperança na tarde que aí vem.
Mais um café, mais dois dedos de conversa (não podem ser mais dedos porque o tempo urge), e pronto agora parece que se pode trabalhar um pouco, começa-se a ler, e a leitura forçada é deprimente, parece que não fica nada gravado. Dá-se uma volta pela net, liga-se o msn e mais dois dedos de conversa...chego muitas vezes à conclusão que os dedos de conversa tomam um dominio sobrenatural sobre o primeiro objectivo do dia que era trabalhar no meu estudo...
Mas não cabe a menor dúvida que à hora que estou a escrever estas linhas foi quando me deparei com esse sentimento de que o dia não rendeu, mas não rendeu numas coisas e rendeu muito noutras, por exemplo, vi o episódio dos morangos de hoje, vi o Harry pirata a aprender a lição que se deve pedir desculpa quando faz falta, porque se corre o risco de perder os amigos, ouvi música da moda enquanto inventava um jantar rápido, fiz parte duma brincadeira com meus filhotes em que fiz papel de mãe (e saí-me bem), papei duas novelas de seguida (e os olhitos da malta sem quererem fechar) e fui proibida terminantemente de ver o episódio dos Perdidos, com a alegação que é em inglês e as legenda passam muito rápido...quando a turbulência pára, lá vem o sentimento de culpa, mais um dia de folga do estaminé e nada rendeu de palpável...
Amanhã há mais, estou outra vez de folga, mas de certeza vou trabalhar com mais afinco e fazer render o dia...oxalá.